quarta-feira, 3 de março de 2010

dilema/constatação miserável


Hoje acordei para a realidade e tou num dilema. Hoje foi-me comunicado o dia do baptizado do meu afilhado, o miúdo que eu mais adoro no mundo e por quem faço tudo. O problema é que no baptizado temos de aceitar deus e renunciar a satanás pelo menino e eu não acredito em deus. Eu poderia mentir e corria tudo muito naturalmente, mas eu não consigo mentir e tou aqui cheia de problemas de consciência por causa disso. Já correram rios de lágrimas, e no fundo a decisão esteve sempre tomada, o difícil é aceita-lo. É que, eu sempre vi o baptizado como um ritual onde os padrinhos prometem ajudar os pais a criar o filho e na falta deles educa-lo como um filho, transmitir-lhe os nossos valores. E eu quero fazer isso, mas eu também quero que ele distinga o correcto do errado não porque deus diz o que é o certo e o que é o errado mas porque é o que a consciência dele lhe diz. O conceito de deus não me diz nada e fica para outro post o porquê. Mas agora vou ter de abdicar de ser madrinha dele, e embora o que eu sinto por ele não vá mudar, parece que estou a abdicar dele. As minhas opções são: ser madrinha do L. e mentir ou ser fiel às minhas ideias e identidade e abdicar do título. Ele vai fazer 2 anos e durante este tempo todo eu fui A madrinha. O ideal era o padre aceitar-me como madrinhas, mas isso é sonhar muito. E o que mais me chateia é que o padrinho também não acredita em deus e na igreja e não tem problemas nenhuns em mentir, e o pai e a mãe do L. não ligam muito à igreja, apenas o vão baptizar porque estão a ser precionados pela família (fracos!)...
E pronto, no fim, não é bem um dilema, é mais uma idignação...
Estou triste e acho que vou sucumbir à tentação de ir 'chorar' no ombro no D. à procura de consolo pelo inevitável da situação. Porque para além de tudo, nós somos amigos e os amigos servem para estas situações.

3 comentários:

anita disse...

acredito em Deus e no batismo... Mas aceito tudo o que disses t com todo o respeito....admiro t pela simples facto de pores em causa nao ser madrinha apesar de o adorares. Mas como podes desejar uma coisa para uma criança em que nao acreditas?e os proprios pais?


pensem bem, acredito que vai ser uma boa decisao....

Kikas disse...

se fosse eu, era madrinha do puto na mesma. lembro-me perfeitamente do meu baptizado e aquilo não foi nada demais, tinha para aí oito anos.. lol mas isso sou eu!

Mónica disse...

Eu acredito em Deus ou num poder superior mas não é o Deus de religião nenhuma e decididamente não da Católica, por isso já avisei as minhas amigas mais próximas que não posso ser madrinha de baptismo mas que serei sempre madrinha do coração ( e já tenho duas! Lindas, que amo profundamente).

Acho que tomaste a decisão certa :)
Beijo